sábado, 27 de fevereiro de 2010

Chá e biscoitos.


- De qualquer maneira, você vai ficar bem.
Não, eu não iria. Mas só eu via isso. Só eu ouvia essa voz irritante dentro de mim, me dizendo que eu ficaria bem. Por que ninguém nunca conseguia olhar para dentro de mim? Por que todos sempre que olhavam nos meus olhos, me viam sorrindo, me viam chorar por morrer de rir, viam a pessoa mais feliz do mundo, quando eu estava inutilmente tentando juntar os milhares de pedacinhos que eu me tornei? Eu era tão falsa assim? As pessoas eram cegas? Ou simplesmente atentavam sem otimistas? Lógico, pimenta no MEU olho, era melhor que refresco!
- Não seja pessimista!
Pessimista? PESSIMISTA É O CARAL CARAMBA! Ninguém sabe o que eu tô sentindo, aliás, ninguém se importa.
- Eu me importo...
Você. Não. Se. Importa!
Aliás, por que eu ainda dou ouvidos à você?
Por que eu deveria? Vou começar a te ignorar.
- Você não pode fazer isso.
AAAAAAAAH, eu posso. Já estou fazendo!
- Não está.
AGORA EU VOU!

E simplesmente sair. Discutir comigo mesma na frente de um espelho não ajudaria em nada. Não agora. Voltei pra minha cama, entrei de baixo das cobertas mais uma vez - o frio de -5°C não estava muito propicio a ficar por aí de pijamas - olhei mais uma vez para a minha caneca com o chá fervendo praticamente, e a pequena tijela com alguns biscoitos comidos, um pela metade.
Sorri tímida, e voltei a me alimentar sem pensar em muita coisa. Até porque, se pensasse, brigaria comigo mais uma vez...


Não tente entender esse texto. E sim, eu tirei essa foto. E sim, foi de magrugada - o que dá pra ver pela luz ÓÓÓTIMA da foto. Mas eu não briguei comigo mesma, não nessa madrugada, hehe.

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