terça-feira, 20 de abril de 2010

Isso não é ser falsa, é?

Bom, e daí que todo mundo deve estar PODRE de saber que eu não estou feliz. E eu não faço questão de desabafar isso aqui, não faria diferença de qualquer modo. E é óbvio que como eu não tô feliz (mas não estou depressiva. Eu só estou num torpor louco faz muito tempo. ), eu não fico por aí sorrindo.
Isso não signifca que eu esteja depressiva. Na verdade, eu não me sinto ao menos triste. Eu só me sinto... Entorpecida, acho que é isso. Aliás, não é. Porque dói. Mas eu não estou triste.
Eu não quero me matar.
Eu não quero matar alguém.
Eu só quero um tempinho dos sentimentos alheios. E dos meus.
Não que eu não sinta mais nada. Existem várias pessoas que tão aí, e podem provar isso. Eu só não quero sair por aí conhecendo pessoas e tipo "oi, quer ser meu amigo/minha amiga?" ou em casos extremos, me apaixonar.
Eu não quero pessoas novas. Quero me acostumar ao que eu tô vivendo. Me acostumar comigo mesma. Eu NÃO mudei. Eu só passei muito tempo distante. Tanto tempo que eu esqueci como eu era de verdade. E eu to me acostumando à quem eu sou, ainda. Não ponha mais pressão nisso.
A verdade é que eu tô num momento que eu tenho que fazer muitas decisões. E eu não tenho muito tempo assim pra pensar. Ok, tempo é muito relativo, mas eu não tenho o que eu chamo de tempo. Ou eu não tenho a vontade. Não importa.
Muita coisa pra uma pessoa só que já está em pressão só por estar convivendo com o próprio reflexo no espelho.
E não achem que é pouca coisa que eu tenho que decidir.
Eu tenho que decidir o que vou querer da minha vida, assim, de faculdade mesmo, porque ano que vem - que eu vou entrar no Ensino Médio, não se iluda com a minha idade - eu já tneho que ter certeza disso. Não sei bem porque, mas eu tenho. Eu tenho que decidir se faço ou não essa merda de curso de inglês logo - mesmo achando desnecessário, no meu caso - pra todos calarem a boca. Se eu vou querer fazer aquela merda de tratamento. Se eu vou tomar ou não os queridos remédios tarja preta (não sei como ficaria o plural disso, desculpa), se eu vou querer ou não sair dessa merda de estado em qual eu me encontro, se eu vou querer ou não fazer o intercâmbio, se eu vou fazer ou não os cursos tão desejados (contra-baixo, italiano, francês e alemão), se eu vou querer fazer ou não aquele inferno de natação, se eu vou querer fazer ou não vôlei, onde eu vou querer estudar ano que vem e porque, se eu vou começar mesmo a trabalhar, se eu vou mesmo fazer técnico, se eu vou mudar de vez ou vou ficar nesse chove e não molha, se eu vou querer ou não ter um lagarto, se eu vou ter paciência pra fazer o que eu quero, e o mais importante, descobrir o que eu quero. Porque eu não sei. Nunca soube. Sempre quiseram as coisas por mim.
E quando eu quis algo, isso foi tirado de mim antes que eu pudesse cogitar ter.
Aí eu comecei a viver de lembranças e o que deveria ser esperança mas são só pequenos fragmentos de egocentrismo que não me deixam aceitar o fato do "perder". E isso, caros amigos, foi o que me levou ao torpor, maldito torpor.
Aliás, eu não estou feliz, mas eu estou sendo feliz. Sabe, não vivo sorrindo tipo Ronald McDonald, mas eu ainda rio, eu ainda sorrio, ainda falo merda, ainda tropeço no tapete e caio de cara, ainda rio de mim mesma falando coisas tipo "Araraquara". Eu sou a mesma idiota. Eu não estou sendo falsa.
Eu só estou confusa.

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