E pra minha sorte, ontem foi páscoa. Na minha lista de festas ex-religiosas, a única que ganha da Páscoa é o Natal. Até porque né, no Natal nasce, na sexta-feira
mas agora, no auge dos meus treze anos, super baladados (minha vida só é baladada no outono e no inverno, caso você esteja se perguntando), me pergunto: religião? Pra que? Pra dizer que me encaixo em algum lugar na sociedade? Pra dizer que eu tenho crenças em comum com os outros? Oi?
Não sei se vocês sabem, mas minha querida família por parte de pai é portuguesa com certeza, ou seja, todo mundo católico até na célula tronco, porque os ossos tão piores. Aí vem aquela pressão, "Camila, faz primeira comunhão. Camila, faz primeira comunhão. Camila, faz primeira comunhão." Não, obrigada. Primeiro, eu acredito em deus, mas não acredito na igreja, desculpa decepcioná-los. Segundo, comer "hóstia"? aquilo é um pãozinho sem fermento galere, até eu sei fazer. Terceiro, não pretendo casar, nem ser madrinha de ninguém, posso ficar sem o segundo passo da religião Q. Quarto, alooouvooucê que é da família Carvalho: eu não me identifico com o catolicismo. Ponto. A única coisa que chega perto do que eu acredito é o Budismo. E às vezes o Espiritismo, mas eu morro de medo daqueles centros Espíritas (já fui em vários. Não tem macumba - na grande maioria. Mas candomblé tá aí para usufruir das galinhas pretas -, às vezes só rola um santos baixando. Mas é bem bonito, musiquinha legal, às vezes uns batuques, mas aí já vai do teu santo mais forte Q, e o resto, é ser católico, mas os nomes são diferentes. Imeanjá que o diga!), a energia do local, não sei, mas é tudo muito forte pra mim.
Budismo não. Tu vai lá, medita calmamente, como se não houvesse um amanhã e pronto. Não rola ter que saber rezar terço. Não rola ter saber as músicas divertidas (assumo, eu acho algumas divertidas, tipo tem anjos voando neste lugar, no meio do povo e em cima do altar), e bom, é bem mais aberta à liberdade de expressão que o individuo quiser.
Eeeeeeeeeeeenfim, espero ter explicado à todo mundo que passa dias me azucrinando tipo "Camila, você tem que encontrar à Jesus!", queridos, eu tenho muitas coisas em meu coração. Às vezes sou mais religiosa que muita gente da minha querida família, e não só a de papai que tem todo o lance do ser portuguesa com certeza Carvalho, mas na família de momõe também. E olha que os meus parentes maternos - me recuso a dizer esse meu sobrenome, tenho vergonha mesmo - são MUITO mais religiosos, mas não botam pressão. Eeeeeeenfim [2], eu tenho tudo isso que vocês tem, mas do meu jeito, do jeito que ninguém consegue entender, e eu NÃO SOU ATEIA. Atéia. Atia. Sei lá qual o feminino de ateu. Enfim, eu acredito em Deus, mas se eu for tentar explicar, vocês NÃO vão entender. Aaaah, e eu não acredito na Bíblia, então não me venha dizer que eu tenho que rezar. Terço pra mim é uma medida (dois terço de xícara de leite, um terço da barra de ferro), e não o nome que se dá a um colar de bolinhas, com um crucifixo, e que as pessoas rezam um por um.
E ponto, chega de falar disso, merda.
Um comentário:
Bom!
A sua prima aqui, da família Carvalho, lê esse seu humilde (e assumo), inteligentissimo, blog. E vou te dizer, por mim, Andréa Carvalho. Faça o que teu coração tem vontade e acredita. Nao é Deus que vai mudar nada, e sim o que vc quer, acredita. Ouça os outros, finja que acredita e vá ser FELIZ! (inclusive com meu comentario pode fazer isso ta?)
E eu te amo. ponto!
Saudades. outro ponto.
Beijos mila!
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